Tabagismo pode agravar casos de Covid-19
Com a pandemia de Covid-19, o tabagismo pode ser um risco a mais para pessoas com diagnóstico positivo da doença. De acordo com o dr. Alcirley de Almeida, cardiologista e Diretor de Comunicação da Sociedade Paranaense de Cardiologia (SPC), dados recentes têm demonstrado que pacientes com COVID-19 grave são fumantes, especialmente os idosos portadores de doenças crônicas causadas pelo tabagismo.
“O tabagismo comprovadamente aumenta o risco de doenças cardiovasculares, respiratórias e de diversos tipos de câncer. O processo inflamatório crônico associado ao comprometimento dos mecanismos de defesa do organismo causados pelo tabaco, predispõe o indivíduo a infecções virais, bacterianas e fúngicas”, explica o cardiologista.
Outro risco importante deste período com o distanciamento social para evitar um avanço ainda maior da doença é que pessoas voltem a fumar. “As pessoas ficam mais vulneráveis, principalmente os idosos, e acabam buscando o álcool e o cigarro como algo que possa trazer uma recompensa”.
Por outro lado, pode ser também o momento para parar de fumar. “É uma tarefa difícil, mas não é impossível! Para conseguir êxito é necessário que o fumante acredite, planeje, coloque este desafio como prioridade e peça ajuda de um profissional capacitado a orientá-lo quando necessário”. O benefício da cessação do tabagismo é percebido pelo organismo em questão de horas. O risco de doença coronariana, por exemplo, é reduzido pela metade após um ano.
Apesar de uma redução expressiva do percentual de fumantes nas últimas décadas, ainda é grande o número de tabagistas no Brasil, correspondendo a 14,7% da população adulta. A informação é do dr. Alcirley de Almeida. O tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo, por isso a necessidade de campanhas e datas como o dia 31 de maio, que marca o Dia Mundial sem Tabaco.
Para o dr. Alcirley de Almeida, as campanhas e datas como Dia Mundial Sem Tabaco são parte de um trabalho muito maior: “São ações que fazem parte de políticas antitabagismo e representam apenas uma única medida nesta complexa esfera que envolve predisposição genética, amizades, status socioeconômico, sistema de saúde, educação e vários outros fatores passíveis de intervenção”.
Estudos demonstraram uma baixa prevalência do tabagismo na população idosa. O cardiologista avalia que provavelmente os idosos têm mais motivação, disciplina e preocupações imediatas com a saúde do que os jovens. Em relação à mortalidade, de acordo com o cardiologista, há um evidente benefício com a cessação do tabagismo mesmo em idosos, mas uma grande redução é observada quando isso acontece antes dos 40 anos de idade.
Por Katia Brito / Imagem: Pixabay
Fonte: https://novamaturidade.com.br/2020/06/01/tabagismo-pode-agravar-casos-de-covid-19/