Dr. Nelson Spritzer profere palestra magna do 49º Congresso Paranaense de Cardiologia
Pioneiro na introdução da Programação Neurolinguística (PNL) no Brasil, o médico cardiologista Nelson Spritzer proferiu a palestra magna de abertura do 49º Congresso Paranaense de Cardiologia, promovido pela SPC. Ele falou sobre a mudança comportamental: o desafio na jornada do paciente com doença crônica.
Para Spritzer, a pandemia agravou as doenças crônicas no mundo. “Mesmo com toda a evolução nos procedimentos, diagnóstico e na farmacologia, os pacientes estão piorando. Nos Estados Unidos, por exemplo, 6 em 10 adultos têm doença crônica. O cenário fica cada vez mais crítico e exige uma comunicação mais eficiente entre médico e paciente, uma abordagem que amplie a qualidade de vida dos doentes”, afirmou.
“O médico é o principal elemento para esta mudança comportamental. Olhar de uma forma diferente o paciente, considerando impactos emocionais, funcionais e sociais de maneira individual. A comunicação entre médico e paciente tem papel determinante sobre tratamentos, cura e melhoria da qualidade de vida”, pontuou.
De acordo com ele, “é preciso saber perguntar, é preciso saber se o paciente quer modificar seu padrão de vida e o médico deve persuadi-lo a mudar seu comportamento”, acentua. Em todo este processo, o médico tem de ser negociador. “Mostrar ao paciente o que ele consegue ganhar mudando de hábitos não pode ameaçar o ganho que ele tem se não mudar”, frisou.
Em sua apresentação, Spritzer disse que em uma consulta a paciente com doença crônica o médico deve reforçar os benefícios que o paciente ganha alterando suas atitudes comportamentais. “Ao prescrever um medicamento, por exemplo, o médico deve focar em quais os benefícios que o paciente terá. Falar das características ou das vantagens não interessa muito a ele, mas assegurando que ele terá uma vida melhor com mais saúde, sim, chama a sua atenção e o caminha para continuar com o tratamento”.
Spritzer citou a Teoria das Necessidades Adquiridas, desenvolvida pelo psicólogo americano David McClelland, para explicar que a motivação de uma pessoa se encontra na busca de três necessidades dominantes: poder, resultado e afiliação, e que devem ser observadas pelo médico durante uma consulta. “Conhecendo a necessidade predominante do paciente, o médico tem condições de estimular mudanças de padrões”, salientou.
Para finalizar, Spritzer fez uma comparação entre médicos e pacientes da medicina tradicional e da medicina tibetana, afirmando que ambas têm um ponto em comum como “os pacientes acreditam nos médicos”. A tradicional não tem uma característica que a tibetana tem: “os médicos acreditam nos pacientes”, encerrou.