Tabagismo e infarto
O tabagismo é um problema de saúde pública bem estabelecido, sendo a principal causa de morte evitável no mundo e responsável por aproximadamente 25% das mortes por doença coronariana. O Brasil vem reduzindo de maneira significativa a prevalência do tabagismo nos últimos anos. Em 1989, 32% da população acima de 15 anos eram de fumantes, já na última pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2018, observou-se que este número reduziu para 9,3% da população adulta. Apesar desta redução, ainda o tabagismo permanece elevado em adultos jovens (idade de 19 a 50 anos), o que inclusive levou a um aumento na taxa de infarto neste grupo.
O hábito de fumar é uma causa importante de infarto em adultos jovens. Estudo recente publicado pela Associação Médica Americana, mostrou que pacientes que sofreram um infarto aos 50 anos ou menos, metade deles eram fumantes ativos. Além disso, entre os que fumavam, mais da metade continuou mesmo após o infarto. Comparado aos que pararam de fumar no ano seguinte após o infarto, aqueles que continuaram fumando tiveram um risco significativamente maior de morte precoce.
Portanto, campanhas de combate ao fumo, sensibilizando os profissionais da saúde em relação à necessidade de abordar o tabagismo, realizando aconselhamento e recomendando a abstinência ao fumo são medidas eficazes para a redução da mortalidade cardiovascular, especialmente em indivíduos jovens.
Dr. Alcirley de Almeida – Diretor de Comunicação da Sociedade Paranaense de Cardiologia (SPC)
Referências:
- David W Biery et al. Association of Smoking Cessation and Survival Among Young Adults with Myocardial Infarction in the Partners YOUNG-MI Registry. JAMA Network Open. 2020;3(7):e209649. doi:10.1001/jamanetworkopen.2020.9649
- Précoma DB, Oliveira GMM, Simão AF, Dutra OP, Coelho OR, Izar MCO, et al. Atualização da Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia – 2019. Arq Bras Cardiol. 2019; [online]. ahead print, PP.0-0.